sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O viaduto Otávio Rocha

O projeto de construção do viaduto Otávio Rocha foi aprovado em 1927, quando o presidente do Estado, Borges de Medeiros, juntamente com o Intendente Otávio Rocha, determinaram a abertura do "morrinho" que separava a área central do leste e sul da cidade. Em 1928, iniciaram as desapropriações, dando início às obras, conforme a imagem abaixo.






A obra foi concluída em 1932, com uma arquitetura exuberante (ainda hoje) perante às demais construções do local. Abaixo, a avenida Borges de Medeiros ligando o Centro com a Cidade Baixa (ao fundo).



Em ambos os lados do viaduto, foram construídas escadarias de acesso, sustentadas por grandes arcos.



Na década 1970, esse espaço abaixo das escadarias começou a ser utilizado para uso comercial.
Em 2001 a escadaria e as lojas foram restauradas, recuperando um do pontos turísticos de Porto Alegre.





Uma Ponte de Pedra que resistiu às mudanças do cenário

Em 1854 foi finalizada a obra da Ponte de Pedra sobre o arroio Dilúvio (Ipiranga), para substituir uma ponte de madeira que existia no local que ligava o bairro Menino Deus com o Centro Histórico de Porto Alegre. O construtor, João Batista Soares da Silveira de Souza, utilizou mão de obra escrava na construção da mesma.
Em 1937, devido às obras de canalização que mudaram o curso do arroio, a ponte perdeu a sua função.
Nas primeiras vezes que visitei Porto Alegre, quando criança, sempre achava estranho aquela ponte sem função alguma, pois ignorava sua história.
O espanhol Luiz Maristany de Trias, nascido em Barcelona no ano de 1885, registrou algumas imagens de Porto Alegre, cidade onde viveu até sua morte em 1964.
A tela abaixo está exposta no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS).

Nesta foto antiga, pode-se ver a ponte na esquerda.



Imagem da primeira metade do século XX da Ponte de Pedra.

Imagem da década de 1940.




Abaixo, imagens atuais da ponte.






O bairro mais populoso de Porto Alegre

A zona norte de Porto Alegre era uma área rural até início do século XX, com pequenos produtores que abasteciam a área central. 
Na década de 1960, impulsionada pelo crescimento populacional da capital do RS, a região passou a ser densamente habitada. No final desta mesma década foi criado o bairro Rubem Berta que, segundo dados da prefeitura, possui mais de 78 mil habitantes.

Nas imagens abaixo, Avenida Assis Brasil, onde hoje se localiza o shopping Bourbon Wallig.


1966.



Hoje


domingo, 15 de setembro de 2013

Avenida Protásio Alves: o Caminho do Meio

Conhecida inicialmente como Caminho do Meio - entre a Estrada de Mato Grosso e a Estrada de Gravataí - que ligava Porto Alegre aos municípios de Viamão e Alvorada.
É uma avenida com mais de 10km, iniciando no bairro Bom Fim e indo até a divisa com Viamão e Alvorada.


 Essa foi a imagem mais antiga que consegui da avenida Protásio Alves: presença dos bondes elétricos e calçamento de pedra.







 Nesta imagem ao lado, a avenida já aparece duplicada, mas sem o corredor de ônibus e com um grande número de residências.




A avenida hoje: prédios, comércio e circulação intensa.

Um bairro com Moinhos de Vento

A utilização de moinhos de vento foi iniciada pelos açorianos durante o plantio de trigo, que iniciaram o povoamento de Porto Alegre A atividade foi abandonada, mas os antigos moinhos deram nome ao bairro.
Na década de 1890, a região apresentou um grande crescimento impulsionado pela linha de bondes.



Anos do final do século XIX, foi inaugurado o Prado Independência, o que evidência o status do local naquele período. 
Na década de 1950, o Prado foi removido para o bairro Cristal. 







Nesta mesma região, o Grêmio FBPA teve seu primeiro campo de futebol, onde jogou de 1904 até 1954.







No final da década de 1950, foi criado o Parque Moinhos de Vento, um dos pontos turísticos de Porto Alegre, conhecido como Parcão. 




Ainda hoje o bairro é um dos mais nobres da cidade, com várias mansões históricas, prédios residenciais e comerciais, clubes, shopping, hospitais, bares e restaurantes.




É neste bairro onde está localizada uma das ruas mais conhecidas da capital, a “Calçada da Fama”.

A Ipanema de Porto Alegre

Até início da década de 1930, a região onde hoje se localiza o bairro Ipanema era uma área rural.
 No final desta mesma década, chegaram os primeiros moradores, além é claro de casas de veraneio.
Nas décadas de 1950 e 1960, alguns profissionais liberais bem sucedidos, dentre eles médicos e advogados, começaram a construir suas residências às margens do Guaíba.


Imagem dos anos de 1970 da praia de Ipanema, em Porto Alegre.
Presença de inúmeros banhistas procurando amenizar os efeitos do calor em Porto Alegre durante o verão.

Apesar de ser um balneário bastante frequentado, com o passar dos anos (com o crescimento urbano de Porto Alegre e a falta de tratamento de esgoto), as águas se tornaram impróprias para o banho. Hoje existe um projeto em execução para devolver a balneabilidade as águas do Guaíba para Porto Alegre.


A paisagem, porém, continua a atrair inúmeros frequentadores na região do Calçadão de Ipanema. 
Uma caminhada por ali é outro programa típico para quem é de Porto Alegre.

Transformações na região do Gasômetro

A Usina do Gasômetro foi uma antiga termoelétrica, de 1928 até 1974, importante para o desenvolvimento da cidade. 
Sua chaminé de 117 metros, que pode ser vista de longe, foi construída porque muitos moradores ao redor reclamavam da fuligem que cobria as casas.
Após sua desativação, foi cogitada a demolição (como ocorreu com o antigo presídio que existia ao lado). 
O prédio revitalizado foi mantido e hoje é um centro cultural, frequentado por inúmeros visitantes.


   

Gasômetro na década de 1960.
Além da usina em funcionamento, também pode-se visualizar a região antes das últimas obras de aterragem que configuraram a orla do Guaíba.


Gasômetro hoje
Além de áreas destinadas à prática de esportes, há espaço de lazer para quem deseja tomar seu chimarrão admirando a linda paisagem proporcionada pelo pôr do sol do Guaíba.

Um povoado e o Guaíba


Desde os primeiros indícios de ocupação humana na região, o Guaíba se mostrou elemento fundamental para a permanência e desenvolvimento da região. Hoje, pensar em Porto Alegre e não visualizar a imagem das águas (e do seu espetacular pôr do sol) parece impensável.



Porto Alegre, 1833.
Parte mais antiga da cidade, abrangendo uma área que vai da Praça dos Açorianos, passa pela rua Duque de Caxias até a atual Santa Casa e a região do Cais do Porto.










Usina do Gasômetro no final da década de 1950.
Além da usina, pode-se observar o movimentado Cais do Mauá, com inúmeros navios ancorados.

Hoje, os armazéns do cais abrigam exposições, como é o caso da Bienal de Porto Alegre.





Durante dois anos tive a oportunidade de assistir num dos pontos mais bonitos o pôr do sol na capital dos gaúchos. Confesso que sinto falta de tomar o chimarrão sentada na grama do Gasômetro. 

É um programa “obrigatório” para quem mora ou está de passagem por aqui.