segunda-feira, 5 de maio de 2014

Largo da Forca

Próximo ao Gasômetro, na antiga Rua da Praia (atual Rua dos Andradas) há uma praça com árvores, área de lazer e uma estátua no centro, em homenagem ao brigadeiro Antônio Sampaio, que dá nome ao local.

Mas a praça Brigadeiro Sampaio teve vários nomes ao longo da história de Porto Alegre.

Em meados do século XVIII, após a chegada dos açorianos, ali se tornou o primeiro cemitério de Porto Alegre, pois estava afastada do centro do povoado que começava a nascer.
Em 1772, o governador Marcelino de Figueiredo transferiu a capital de Viamão para Porto Alegre, instalou o Palácio do Governo, a Câmara de Vereadores e a cadeia na área próxima de onde hoje é a praça Brigadeiro Sampaio. Como construiu a sua casa ao lado do palácio,o governador mandou limpar o matagal, surgindo ali uma praça sem nome. Situação que manteria-se por pouco tempo.
Naquela época existia a pena de morte no Brasil, por enforcamento, e Porto Alegre não tinha um local destinado a este fim. O escravo de Antônio Francisco Pereira Jardim, conhecido como Preto Luís foi condenado à morte. O juiz Vicente Ferreira Gomes solicitou à Câmara de Vereadores, auxiliado pelo governador que ordenou que levantasse a forca onde achassem mais conveniente.
O local escolhido foi a área próxima ao palácio, sendo então conhecido como Largo da Forca, onde vários condenados foram executados.
Um episódio marcou este local: a execução do negro Lucas. Naquela ocasião, quando o condenado foi empurrado pelo carrasco, a corda arrebentou-se. Logo um irmão da Santa Casa cobriu Lucas com a Bandeira da Misericórdia (de acordo com os costumes da época, o condenado deveria ser perdoado, pois a corda arrebentada era um sinal de justiça divina). O juiz ignorou o costume e ordenou o enforcamento. Algumas pessoas passaram a evitar o local por ser habitado por fantasmas.
Mais tarde, parte da praça foi ocupada pela construção do prédio do Arsenal da Marinha, assim a praça passou a ser conhecida como Praça do Arsenal.
Na imagem abaixo, observa-se na direita, a cadeia; no centro, a igreja Nossa Senhora das Dores e na esquerda, a igreja Matriz (hoje novo prédio construído, onde localiza-se a Catedral de Porto Alegre).


Em 1860, com a extinção da pena de morte, o local passou a ser conhecido como Praça da Harmonia (em homenagem ao fim da Guerra do Paraguai).

 Em 1865 a praça começou a ser revitalizada por iniciativa do vereador José Martins de Lima: novas árvores foram plantadas, reconstruíram um coreto ali existente, foi criado um espaço para patinação (oportunidade na época para os rapazes pegarem nas não das moças para ajudar a levantar do tombo) e um quiosque que vendia chopp e petiscos.


Quando o vereador morreu, a Câmara o homenageou renomeando a área para praça Martins de Lima.





No mapa de 1888, à direita, destacado de verde, a Praça da Harmonia. 
A seta vermelha localiza a cadeia.









 Na imagem ao lado, de 1890, observa-se a existência de um chafariz (que teve curta duração, apenas dois anos) que tinha a água bombeada manualmente pelos preso da Casa de Correção (cadeia).




















Acima, observa-se a praça e os prédios da Marinha, Brigada,  Exército e algumas residências.

Em 1930, o prefeito Alberto Bins mudou novamente o nome da praça para Três de Outubro, em homenagem ao movimento que colocou Getúlio Vargas na presidência.
Em 1965, a praça recebe o nome de Brigadeiro Sampaio.






Atualmente, a praça é frequentada pelos moradores próximos, sendo um local agradável para caminhar com o seu cachorro, tomar chimarrão e até mesmo fazer um churrasco à sombra das árvores.

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